Sara sai do trabalho para ter com João. É o primeiro encontro. Sente algumas dores de estômago, "devem ser nervos", pensa. Está com uma constipação há cerca de uns dois dias, vai à mala, procura um lenço, e... não há lenço. "Vai mesmo à manga", refunde-se e limpa o muco que insiste em cair.
Chega ao restaurante. "Olá, então tudo bem?" Conversa puxa conversa, Sara tem sede e pede uma coca-cola, não quer estragar o seu encontro ao mostrar-se bêbeda, pois sabe muito bem das figuras que é capaz. Há crianças no restaurante que nunca devem ter visto maminhas, e da última vez os copos deram num topless. Sorri enquanto pensa nisso, mas desta vez quer portar-se bem. Deixa cair um talher, e quando se baixa sente o muco a escorrer pelas narinas. ("Fuck! E agora?" Vou à casa-de-banho"). "João, volto já, vou só ali à casa-de-banho", enquanto tapa o nariz na tentativa que ele não veja a substância verde que lhe escorre pela cara. "Mas passa-se alguma coisa? Estás a sangrar do nariz? Sabes que tens de virar a cabeça para trás, pôr um algodão, blá, blá" quando reparou já ela tinha ido embora. Assoou-se como se não houvesse amanhã, e depois regressou. "Então, já está tudo bem?" "Sim sim, foi só uma pequena hemorragia *vergonha*. Depois de beber a coca-cola toda de rompante para ver se parava de corar de vergonha, o que acontece? Bem, queria arrotar. Tenta conter o ar que a sua boca insistia em expelir, mas... BURP. "Errr... Desculpa, a coca-cola fez-me mal... ahahah *vergonha*. Cora e abana-se com as mãos. Ao levantar o braço lembra-se que não deixou os pêlos em casa. ("ARGH, esqueci-me de fazer a depilação"). Baixa logo o braço e reza para que ele não tenha reparado. Ele já não se sente bem ali. Sara era extremamente simpática e boa conversadora, mas estava, digamos que com um certo nojo dela. No entanto, tentava pô-la à vontade: "Então, ouvi dizer que foste de férias para Los Angeles, como foi?" Sara contorcia-se na cadeira. Lembram-se da dor de barriga do início? Ela não se lembrou. ("Tenho de ir a casa-de-banho, tenho de ir a casa-de-banho".) Bem, ela queria simplesmente fazer cócó. E estava a meio de uma conversa interessante. ("Aguenta inestino, aguenta!"). Não aguentou. Largou um gás de surra. Fez um pouco de barulho, que ela disfarçou com o arrastar da cadeira. Levantou-se e disse que tinha de ir à casa-de-banho retocar a maquilhagem. "Mas, agora? A tua maquilhagem está óptima! Estás linda". Ela riu, e os movimentos que fez ao rir, deram-lhe ainda mais vontade de ir à casa-de-banho. "Sim, tem de ser!", e correu de novo. Chegou à sanita e sentiu-se a mulher mais feliz do mundo.
João estava fulo. Ela chegou, com outro ar. Comeram, falaram, tudo normal. "Sara..." "Diz João..." "Tens alface nos dentes". *Vergonha*. Sara apressa-se a tirar um espelho, aquilo teima em não sair, e palitar os dentes em pleno restaurante parecia mal. De repente teve uma ideia: Finge receber uma mensagem "Olha João, a minha irmã está doente e tenho que ir para casa tomar conta dela (Isto dito com a boca quase fechada e com um ar triste), não te importas que me vá embora? João sente um pouco pena dela, e ela sai.
Toda a gente tem de se aliviar, arrotar, assoar quando está constipado. São necessidades básicas como comer e dormir. No entanto, são um pouco repugnantes. E fazemo-as o mais refundidamente possível. Mas há dias de azar.
(Esta história não é de qualquer maneira baseada em factos reais).